Nome do Projeto: Belém que Queremos: mobilidade sustentável na Amazônia
País/Região: Brasil/Estado do Pará
Duração do projeto: 9 meses
Período de relatório: 01 de novembro de 2020 – 31 de julho de 2021
Realização: Coletivo ParáCiclo
Parceiro Estratégico: Instituto de Avaliação, Pesquisa, Programas e Projetos Socioambientais – IA
Parceiro Financiador: Instituto Clima e Sociedade – ICS
Belém é uma das capitais que mais registra uso intenso de bicicletas para os deslocamentos urbanos pendulares da região Norte, por suas distâncias relativamente curtas e sua topografia favorável. Apesar deste contexto promissor, a infraestrutura voltada para os modais ativos, como a bicicleta e o caminhar, ainda são pouco explorados. O poder público, historicamente, sub-prioriza os investimentos em modais ativos, adotando o que a arquiteta Jane Jacobs intitula de retroalimentação positiva, priorizando os investimentos em modais motorizados.
O Projeto Belém que Queremos: mobilidade sustentável na Amazônia, realizado pelo Coletivo ParáCiclo em parceria com o Instituto de Avaliação, Pesquisa, Programas e Projetos Socioambientais – IA, e financiado pelo Instituto Clima e Sociedade – ICS empreendeu uma consulta pública com diversas organizações sociais através de vídeos entrevistas sobre a temática da mobilidade urbana. As entrevistas trazem à tona as principais dificuldades e desejos de cada organização social de acordo com sua atuação, ocupação e deslocamento pela cidade, os vídeos captaram a diversidade da população belenense, suas necessidades e diferentes realidades enquanto atores na mobilidade na capital paraense. Todos os relatos foram colhidos com a intenção de pautar, de forma enfática e contundente, as necessidades latentes de fornecer para o poder público informações e anseios para subsidiar um melhor planejamento da mobilidade urbana em Belém.
Em Belém, de maneira geral os parceiros entrevistados abordam a mobilidade urbana sustentável, pensando em soluções para a cidade, mesmo com cada um partindo de suas devidas particularidades e perspectivas, é de comum acordo que Belém necessita de um programa de ações mais incisivas para uma mudança na estrutura atual da capital paraense. Todos reconhecem a necessidade da adoção de novos métodos para solucionar o caótico sistema de mobilidade da cidade, e reportam o problema estrutural da desigualdade, com destaque para insegurança das vias públicas e a falta de qualidade nos transportes públicos, e também citam como fator impreterível a importância da integração intermodal para os deslocamentos diversos entre a cidade e suas ilhas. Os parceiros também apontam para uma necessidade de investimento em arborização pela cidade com vistas a possibilitar os deslocamentos com mais conforto e bem estar, além de reconectar a relação humana com a natureza. Vale lembrar que o debate relacionado às mudanças climáticas é urgente. Portanto, Belém precisa adotar medidas para combater a mudança do clima e seus impactos, atendendo a meta 13 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Sendo o transporte motorizado um potencial emissor de gases do efeito estufa, se faz necessário investir cada vez mais em políticas voltadas à mobilidade sustentável.
O Coletivo ParáCiclo por meio desse relatório pretende reiterar os grandes desafios enfrentados pela população no locomover-se em Belém, e ressaltar que a questão da mobilidade urbana não se limita somente a políticas setoriais de transportes, pois vai muito além do transporte público em si, portanto queremos salientar a preocupação com a gestão socioambiental, para gerar melhor qualidade de vida para todos.. Espera-se contribuir com os apontamentos registrados nessa escuta para que o poder público haja por meio de políticas públicas de desenvolvimento e infraestrutura para a mobilidade urbana, mais especificamente, a gestão social e ambiental da mobilidade urbana fundamentada em um plano municipal para se tornar cada vez mais concreta.